Sobre a Primeira Conferência Cante as Escrituras

A primeira Conferência Cante a Escrituras foi um sucesso. Louvamos o nome de Deus com músicas bíblicas e ouvimos a Palavra do Senhor ser pregada. Umas 200 pessoas interagiram com o evento, sejam estando presentes ou pela twicam. Para nós, foi um momento único. Pudemos, pela primeira vez, expor extensivamente as bases teológicas de nosso movimento.

O Grupo de Louvor da Igreja Batista Central de Fortaleza guiou o canto e louvamos a Deus com as músicas "Quebrantado", "Senhor e Rei", "Preciosa Graça" (uma versão de Amazing Grace), "Salvou a Mim" e, no final, "Diante do Trono de Deus nos Céus", uma versão de um hino antigo feita especialmente para a conferência, que será em breve postada no site.

A pregação, em breve, estará postada no youtube e com link para download. Até lá, seguem algumas fotos do evento.


Agradecemos a todos que, de algum modo, participaram e nos deram apoio. Ficam agradecimentos especiais ao Voltemos ao Evangelho, ao Pulpito Cristão, ao iPródigo, ao Daniel Almeida, ao Israel Massambani, à Igreja Batista Central de Fortaleza e a todos que serviram no evento.

Estejamos todos orando para que essa conferência dê bons frutos e pela conferência do ano que vem. Novidades inacreditáveis estão no forno. Vamos orando para que o Plano do Senhor se cumpra.

Que Cristo edifique Sua Igreja.

Relatório das atividades: Vila Velha, 23 de maio de 2011

No twitter do Cante as Escrituras, postamos sobre a primeira manifestação do núcleo do Espírito Santo. Graças a Deus, tudo saiu bem. Segue o relatório (e estejamos orando pelo novo grupo).

JOSÉ RUY PIMENTEL DE CASTRO (Zé Ruy)
A primeira manifestação do núcleo no Espírito Santo ocorreu numa segunda-feira, dia 23 de maio. A data é feriado no município de Vila Velha. Trata-se da comemoração da colonização do solo espírito-santense, já que os donatários da capitania primeiro chegaram nessa cidade, mas devido às dificuldades encontradas em estabelecer uma vila por lá, principalmente devido a ataques frequentes de índios, decidiram retirar-se para a ilha de Vitória. O local foi o Parque da Prainha, praia onde os portugueses primeiro pisaram em solo capixaba, no sopé do morro do Convento da Penha (como se pode ver iluminado ao fundo das fotos).

Lauriete cantando e o público. Convento da Penha ao fundo.
O evento em si foi intitulado de ‘Show da Vida’. Programação que se seguiu à ‘II Corrida Pela Vida’. Não sei a fundo qual a participação da rádio A Cor da Vida na realização da corrida, mas pelo menos na parte musical ela teve participação importante. A rádio é comandada pela família Malta, do senador Magno Malta (PR/ES). ‘Um Dia Pela Vida’ não foi um evento ‘gospel’ apenas; mesclou música ‘gospel’ com a música chamada ‘secular’. Os eventos nos quais a rádio participa de alguma forma na organização se caracterizam por essa mescla devido ao apoio de variados artistas que o senador Magno Malta conseguiu pelos seus esforços no projeto ‘Todos Contra a Pedofilia’. Uma das atrações mais esperadas da noite por parte do público ‘gospel’ era Fernanda Brum (que não conseguiu comparecer devido a problemas de saúde de seu filho, segundo um twit de um locutor da rádio que acabei de conferir há alguns minutos) e por parte do público ‘secular’, César Menotti e Fabiano. Na prática, como eram atrações que iriam se apresentar no final da festa (conclusão pessoal), os ‘gospel’ e os ‘secular’ (divisão apenas didática) conviviam no mesmo ambiente.

A equipe que pôde comparecer nesse dia fomos, eu, Karine e minha noiva Werlla. Ao chegarmos, estacionarmos e termos 5 reais a menos pelo pagamento adiantado a um flanelinha (aff!), nos dirigimos a uma área perto dos camarotes. De lá parti sozinho em direção aos camarins a fim de encontrar um amigo meu, Wellen Souza, vocalista da Banda Heaven, que ficou de ajudar a gente lá nos bastidores do evento. O som ali estava tão alto que não conseguimos nos comunicar por celular e, portanto, a abordagem nos bastidores não se realizou. Conseguimos, entretanto, deixar alguns panfletos com o pessoal dos camarotes que se dispuseram a coloca-los sobre as mesas que haviam ali.
Da esquerda para direita: Karine, Zé Ruy e Werlla.

Ao retornar, oramos e nos espalhamos a fim de distribuir os 500 panfletos que confeccionamos. Em alguns lugares do show o cheiro de maconha era tão forte que, parafraseando nossa amiga Karine, ‘quase tivemos uma overdose’. Enquanto isso tocava Carlinhos Félix e por isso pudemos fazer uma abordagem mais seletiva (por ‘seletiva’ leia-se aqueles que cantavam as músicas mais populares, aqueles que não estavam fumando e aqueles que não tinham uma latinha de cerveja na mão). Pessoalmente, no que consta à distribuição dos panfletos que ficaram comigo, percebi as pessoas muito receptivas, algumas inclusive me pediam os panfletos. Encontrei poucos deles pelo chão; um único que encontrei, peguei novamente e distribuí. A panfletagem se seguiu pelo show de Karla Malta, e no final da apresentação de Lauriete, os panfletos já tinham se acabado. Apesar de parecer que demoramos muito para distribuir, as apresentações eram bem curtas devido ao grande número de artistas para apenas uma noite. Ficamos uma hora no máximo no local, incluindo tempo para lanchar (afinal, saímos todos depois de nossos afazeres diários para aquele lugar).

Enfim, a manifestação foi bem sucedida. Esperamos que, com o aumento do núcleo, possamos confeccionar mais panfletos e contar com mais pessoas para mostrarmos ao público cristão que ‘há algo podre no reino da Dinamarca’ da música gospel. Que Deus nos abençoe nesse propósito. Afinal, não são apenas os músicos e profissionais da música ‘gospel’ que precisam repensar o que estão pregando, o público-alvo e consumidor também precisa analisar o que está cantando.

Relatório das atividades: Fortaleza, 14 de maio de 2011

Este é um relatório duplo. Tivemos dois shows simultâneos em Fortaleza e, graças a Deus, estivemos nos dois. O Airton esteve, sozinho, no show do Fernandinho; alguns dos novos voluntários estiveram no show do Kleber Lucas com Novo Som. Confira os relatórios:

AIRTON
Quando cheguei ao show, me deparei com uma fila enorme. Realmente tinha bastante gente para assistir o Fernandinho, mesmo faltando ainda 1h30min para o início do show – provavelmente para não perderem os primeiros lugares. Mas algo me chamou muita atenção e eu gostaria de saber (impossível alguém saber) qual a finalidade disso: várias pessoas com faixas na cabeça com homenagens ao cantor e com blusas padronizadas, também com homenagem. Minha crítica é construtiva. Pare e Pense: qual a diferença desta veneração para a veneração da igreja católica, que consideramos idólatra? Vão me dizer que é algo diferente só por que somos evangélicos?

Banner divulgando o show do Fernandinho
Quero frisar também a falta de educação de muitas pessoas (aparentemente evangélicas). Antes de qualquer coisa, bem em cima do nosso panfleto, está escrito: “Não jogue esse panfleto em vias públicas. Guarde-o e leia com cuidado em casa”. Muitas pessoas pegam os nossos panfletos, passam o olho, começam a ler. O que fazem depois? Jogam no chão! Amados, tenhamos pelo menos o senso de limpeza. Sempre ao final de cada panfletagem, saímos olhando para o chão coletando os nossos panfletos que foram jogados. Enquanto eu estava apanhando os panfletos, um garoto estava bebendo água. O que foi que ele fez? Jogou a garrafa no chão. Olhei para ele e depois apanhei a garrafa. Alguns amigos dele riam enquanto ele ficava olhando para mim. Para falar a verdade, acho que as pessoas dão mais atenção para nós quando estamos apanhando os papéis no chão do que entregando os panfletos. Espero que não só olhem, mas que ajam de modos dignos – pelo menos na área ecológica.

Para ser justo, quero agradecer a todos aqueles que me receberam com um sorriso, dizendo: “Deus abençoe o seu trabalho”. Embora muitos tenham agido com pouca educação, alguns foram educados e receptivos.

Que Deus abençoe todos que estavam no local.

Paz de Deus!


ADÁLIA RAQUEL
Bom, nesse sábado estávamos (Eu, Sarah e Roney) em um evento chamado CRENTE MUSIC FESTIVAL (risos), que contava com a presença da banda Novo Som, mais do cantor Kleber Lucas, mais uma atração surpresa, mais uma tenda eletrônica (sim, você leu certo).

Na hora que chegamos, tinham poucas pessoas e, por incrível que pareça, apenas nós panfletando. Então, podemos perceber lá dentro os técnicos testando as luzes e fumaças que seriam usadas na tenda eletrônica, ao som de Jason Mraz. Em um mundo gospel que não se pode escutar Chico Buarque, tinha Jason em uma tenda eletrônica.

Panfleto divulgando o show do Kleber Lucas
com o Novo Som (e a tenda eletrônica gospel)
No começo da panfletagem, os irmãos estavam muito educados, recebendo os panfletos e guardando (houve até um educado rapaz que falou para Sarah que já conhecia o Cante, provavelmente de outro show), mas na proporção que aumentaram as pessoas, também aumentou a quantidade de papeis no chão – mas nada que nosso trio não conseguisse deter. Também começaram a chegar meninas com vestidos chamativos e saltos altíssimos. Minha mãe, que estava como observadora, viu um rapaz fumando e até ela comentou que metade ali parecia não conhecer Jesus

Por um lado, algumas pessoas não foram muito receptivas. Fui entregar os panfletos para um grupo de músicos que iam tocar no show (acho que eles eram a surpresa) e eles agiram com descaso. Só um deles pegou o panfleto e colocou no bolso. Por outro lado, alguns se mostraram muito interessados, ao ponto de pedir explicação sobre o manifesto. Um garoto se interessou tanto, tanto, mas tanto que confirmou a presença na conferência e pegou nosso contato para conversarmos com a equipe do louvor da igreja dele falar.

Essa foi a primeira manifestação que nós três participamos. Posso dizer pelos três que foi bastante interessante, ao mesmo tempo que foi chocante, por vermos tantas pessoas indo àquele lugar com propósitos um tanto estranhos. Eu, como todos do Cante, espero que nosso pequeno esforço toque cada uma daquelas pessoas.

Yago Martins - Da "Festa no Apê" para o Mercado Gospel

"Não quero me tornar envangélico, mas
sei que posso falar de Deus", disse Latino
Todo mundo já percebeu que a música gospel brasileira sofre um estado extremo de mercantilização – aliás, reitero, todo mundo percebeu, menos os crentes. Creio que todos lembramos do cantor Latino, famoso por músicas dotadas de letras tão profundas como a maioria das canções que entoamos em nossos cultos. O compositor da lendária “festa no apê”, onde iria “rolar bundalelê”, completou 18 anos de carreira e foi presenteado com uma luxuosa festa. Depois de comentar sobre a importância desta data para ele próprio, o cantor revelou, para surpresa de muitos, que pretende ingressar no que ele chamou de “universo da música gospel”.

Suas palavras foram claras e perturbadoras: "Não quero me tornar evangélico, mas sei que posso falar de Deus de uma maneira ousada e jovial”. Segundo ele, esse é um projeto para daqui a dois ou três anos, mas mesmo assim, confessa estar com muita vontade de "juntar essa galera gospel e fazer um trabalho bacana".

“Precisamos ficar de olho no mercado musical e sempre buscar novas inspirações. Eu mesmo quero compor as músicas que falem de Deus de uma forma bem alegre, com romantismo também. Vou trabalhar muito para me consolidar também nesse meio”, disse Latino, segundo a EGO.

Pode parecer absurdo, mas isso está realmente acontecendo – e cá entre nós, era apenas questão de tempo. Com “ministros” que são mais mercadores da fé do que pastores, o mundo não perderia a oportunidade de arrecadar com isso. Latino só percebeu o que os crentes tentam negar: que nossos músicos são artistas, que nossos músicos são ricos, que nossos músicos são estrelas e que você não precisa parecer com Jesus para ser um “músico cristão”. Claro, existem exceções, mas, infelizmente, não são essas exceções que estão nos programas do Faustão, do Raul Gil, da Eliana ou da Xuxa.

Mas, andando na linha tênue da esperança e da ingenuidade, creio que isso trará algo bom. Com o advento de um não-cristão declarado cantando música gospel, o povo terá que redefinir seu maniqueísmo musical entre “música gospel” e “música do mundo” para algo mais inteligente.

Só nos resta orar e esperar, sinceramente, que Deus venha e mude as coisas. Se Jesus estivesse aqui, creio que ele já teria virado muitas mesas, derrubado microfones e quebrado violões. Creio que Deus repetiria hoje o que professou pela boca de Amós, “afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas” (5:23).